Olá, meus caros leitores.
Mais um sábado chegou e, com ele, nossa tradicional coluna semanal, aquela que cutuca sem piedade os tabus mais bem guardados da sociedade. E hoje, a provocação é digna de ficção científica com um toque de fetiche: vamos falar dos bonecos reborn, mas não aqueles bebês hiper-realistas que assustam tias no grupo da família. O papo é sobre os adultos reborn, ou seja, bonecos sexuais que parecem gente de verdade. Aliás, às vezes parecem até mais vivos que muito ser humano por aí.
Eles falam, reagem ao toque, alguns até “gemem” (com sotaque programável!), e vêm com uma pele de silicone que custa mais do que muito creme antirrugas da indústria do skincare. E se você está achando que é coisa de filme japonês, lamento informar: já tem adulto reborn sendo vendido no mundo todo por preços que fariam um Fiat Mobi corar de vergonha.
Sim, meus queridos, o mundo anda tão carente que agora é possível comprar um parceiro (ou parceira) que não reclama, não trai, não te deixa no vácuo e ainda pode ser desligado quando você quiser. O que antes era um vibrador com personalidade virou um “relacionamento” com inteligência artificial. O futuro chegou, e ele tem botão de liga e desliga.
A pergunta que me faço e te faço é: você teria um desses?
Antes de responder, pense com carinho. Porque se a sua última conversa profunda foi com um chatbot de delivery, talvez não esteja tão distante assim de se apaixonar por um boneco que faz carinho programado e te chama de “amor” sem querer saber da sua senha do Instagram.
Brincadeiras à parte (ou não), a febre dos adultos reborn levanta questões sérias sobre solidão, tecnologia e o rumo das relações humanas. Estamos trocando calor humano por conexão USB? Ou estamos, finalmente, sendo sinceros sobre o que queremos de uma relação sexo, companhia e o silêncio reconfortante de quem não tem opinião?
Fica a reflexão. E a dúvida: quando seu vizinho disser que está namorando, melhor perguntar se é com gente ou com um boneco de R$ 60 mil.
Até sábado que vem, com mais uma dose de provocação e aquele toque de realidade desconfortável.
Com (muito) senso de humor.