Canudos
Existe um livro do saudoso escritor peruano Mario Vargas Llosa, chamado a ‘A Guerra do Fim do Mundo’, onde ele escreve sobre Guerra de Canudos. Esse conflito ocorreu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897, onde os moradores do arraial de Canudos, liderados pelo beato Antônio Conselheiro, foram contra o governo republicano que tinha acabado de chegar ao poder no Brasil. No final do conflito, Canudos foi destruído pelo exército com mortos de ambos os lados. Esse é um período de nossa história que quase ninguém conhece no próprio Brasil e foi esquecido com o ar do tempo, por inúmeras razões, mas também pelas próprias condições de comunicação na época, que eram precárias se comparadas ao que temos hoje.
Guerra do Fim do Mundo

Mas nos dias atuais, com todo o avanço tecnológico, com internet e tudo mais, o mundo, simplesmente, com raríssimas exceções, ignora o que está acontecendo em Gaza por parte de Israel. O conflito é histórico e tanto israelenses quantos palestinos tem suas razões para estar nessa disputa. O fato concreto é que desde outubro de 2023, quando o Hamas fez um ataque surpresa contra Israel e sequestrou cerca de 150 pessoas e deixou 260 judeus mortos, se iniciou um conflito armado pesado que, segundo o Ministério da Saúde da Palestina, já resultou em 15.613 menores mortos e 33.900 feridos desde o início da guerra. Só de bebês morreram 876, e crianças com menos de 5 anos de idade, 4.110. As cenas que vimos nas redes sociais são de um verdadeiro inferno na Terra e uma população indo de um lado para o outro com bombas caindo e matando. Os Estados Unidos apoiam Israel nessa reação desproporcional, a Europa fica em cima do muro, até porque já tem a sua própria guerra para se preocupar (Ucrânia e Rússia), e, no fim, o que resta é uma grande tragédia humana em todos os sentidos com fome, doenças, mortes e devastação. Podemos dizer que é, de fato, ‘Uma guerra do fim do mundo’. Ninguém quer saber! Esse conflito só reforça a ideia de que o mundo como civilização, ao que parece, deu errado!
Não tem o que fazer

Tem coisas que precisamos ler e reler para se dar conta que é um fato verdadeiro, que não tem nada de fake new. Nesse caso, é difícil acreditar que um político brasileiro se licenciou do cargo, foi morar nos Estados Unidos e, de lá, a principal função tem sido dizer que o Brasil vive sob uma ditadura e que o pai dele, que tentou dar um golpe de estado e acabar com a nossa frágil democracia, está sendo alvo de uma injustiça e que pode pagar pelo crime que cometeu contra o estado democrático de direito. Sim, estou falando de Eduardo Bolsonaro(foto) e do pai, Jair Bolsonaro. Mas que ditadura é essa, em que os seguidores desses, pai e filho, dizem o que querem em relação a todos os governantes e autoridades, ameaçam, tem deputados no Congresso e circulam livremente pelo país sem ser incomodados? Devem viver em um Brasil paralelo. A verdade é que as ações de Eduardo contra o Brasil estão dando resultados, e já cairam na graça da extrema direita que assumiu o poder nos Estados Unidos e os americanos já sinalizam com possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por estar à frente do processo que trata do golpe, onde dificilmente Bolsonaro irá escapar da cadeia. A questão que fica no ar é: Com Trump ameaçando o Brasil com tarifas, não seria mais útil se Eduardo Bolsonaro gasta-se tempo e energia em solo norte-americano tentando reverter as ações do presidente americano contra a nossa economia e assim garantiria mais empregos e renda para os brasileiros? Com dizem, ‘tem alguma coisa muito errada que não está certa nessa história’!
Afiado
E essa semana aconteceu, na última segunda-feira (19), uma audiência pública, em Ji-Paraná, convocada pelo senador Marcos Rogério, que é presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado. O evento tinha tudo para ser uma forma dos políticos de Rondônia ficarem bem na foto junto aos rondonienses em relação à privatização da BR 364. Também participaram do encontro os deputados federais Coronel Chrisóstomo(PL); Cristiane Lopes(União Brasil); Maurício Carvalho(União Brasil); senador Jaime Bagatolli(PL); senadora matogrossense Margareth Buzetti(PSD); o ex-senador Acir Gurgacz(PDT). Tudo transcorria como o previsto, porém, o ex-vereador cacoalense Jabá Moreira(foto) pediu a palavra e aí, a casa caiu. O vídeo viralizou nas redes sociais com ele, literalmente, desancando em cima da classe política federal de Rondônia. Foi muita água no chope dos parlamentares!
Dormiram no ponto

Os ataques tiveram como alvo principal o senador Marcos Rogério, que foi questionado pelo ex-vereador: “onde é que o senhor estava durante esses 16 anos? Dormindo? O senhor é surdo? Por que não ouviu falar nada quando o seu governo e o senhor era pitbull do Bolsonaro e estavam no poder? Essa história começou no mandato de Tarcísio como ministro. Por que você deixou chegar a esse ponto?”, disse. O senador até tentou desqualificar Jabá afirmando que ele estava na audiência a mando do governador Marcos Rocha. Mas, a verdade é que o ex-vereador colocou na mesa perguntas que muitos se fazem em Rondônia, mas nunca tiveram a chance de perguntar. De fato, depois de todo esse barraco, provou-se que Jabá Moreira, de fato, recebia um salário de mais de R$ 20 mil, lotado na Sesau, mesmo sem ter qualquer qualificação em saúde. Ele foi demitido no dia seguinte pelo governador, após toda a repercussão da fala e a pressão de políticos. Ele pode até ter o rabo preso com o governador, mas o que disse não pode ser ignorado, pois, mostrou que a bancada federal dormiu no ponto em relação a privatização da BR 364. Além disso, o leilão da estrada já houve e nada poderá ser feito. Isso quer dizer que os nossos representantes no Congresso Nacional, por questões ideológicas, deixaram o leite derramar. Agora, é tarde!
Desprezo

O Brasil é um país que tem a maior reserva de água doce do planeta, a maior floresta tropical do mundo, a maior diversidade de flora e fauna da Terra. Tudo isso deveria ser motivo de orgulho para a nação. No entanto, parece que para os nossos políticos e ricos, quanto menos tudo isso, melhor. Prova disso é que por 54 votos a favor e 13 contra, o Senado Federal aprovou na quarta-feira (21), o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que, simplesmente, ou praticamente, acaba com o licenciamento ambiental no país. Já está sendo considerado o maior ataque à legislação ambiental dos últimas 40 anos, desde a Constituição Federal de 1988. O texto piorou o que já estava ruim e que havia sido aprovado em 2021 pela Câmara dos Deputados. A questão é: quem ganha com o enfraquecimento da Legislação Ambiental no Brasil? Em Rondônia, tivemos no ano ado uma seca nunca vista antes; dois meses respirando o pior ar do mundo; aumento dos casos de câncer; lideramos em consumo de agrotóxicos e por aí vai. Leitor, espero que esse papo de que dinheiro é melhor que meio-ambiente e natureza, não continue iludindo você!
Continua no mesmo lugar

E o barco hospital Walter Bártolo que naufragou no rio Mamoré, na madrugada do último dia 30 de abril, continua no mesmo lugar, sem ter sido içado. Essa situação somente aumenta o drama que envolve a embarcação, usada para o atendimento de populações ribeirinhas, bolivianas, quilombolas e indígenas dos rios Mamoré e Guaporé, que agora estão sem esses serviços de saúde. O Walter Bartolo havia custado R$ 4milhões e era resultado de uma compensação social realizada pela concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau, a Energia Sustentável do Brasil (ESBR), foi entregue ao Governo de Rondônia, em 2016, na gestão Confúcio Moura. A Coluna procurou a Sesau para saber quando o barco seria içado, as causas do naufrágio e qual o prejuízo total com esse acidente, já que ele possuía vários equipamentos médicos e insumos de saúde. A informação foi de que essas respostas serão obtidas em 60 dias, quando os levantamentos ficarem prontos. Fontes informaram que para içar o barco, o valor pode chegar à alguns milhões de reais. Enquanto isso, como ficam as populações que eram atendidas pela embarcação hospital?
Problema

O prefeito Léo Moraes ao assumir fez um enxugamento em vários setores da istração da capital. Um dos alvos foi a Agência Reguladora de Porto Velho (ARPV), que havia sido criada pelo ex-prefeito Hildon Chaves, tendo como Diretor Presidente o advogado Fabrício Jurado. O argumento era que a agência, apesar de ter receitas, ainda assim gerava despesas e não dava resultados. Ok, o motivo, ainda que questionável, era “aceitável”. Como não poderia demitir quem estava no órgão, decidiu extingui-la. Entre algumas das funções da autarquia estavam: regulação dos serviços de coleta e destinação de Resíduos Sólidos, istração do Terminal Rodoviário da cidade de Porto Velho e do Transporte Público Coletivo, que inclusive foi objeto de recomendação em seu ambiente regulatório. Mas agora, Léo Moraes resolve recriá-la e com a aprovação dos vereadores. Só que esse movimento controverso do prefeito não vai ficar de graça. Essa semana, o ex-presidente da ARPV, Fabrício Jurado, e demais diretores entraram com denúncias no Ministério Público de Rondônia e no Tribunal de Contas de Rondônia questionando a recriação da agência. As denúncias, subscritas por Jurado e pelos diretores, e também advogados, Dalmo Roumiê e Alan do Amaral, são robustas e foram acompanhas das provas e documentos. “O pedido agora é para defesa do Município de Porto Velho e da probidade istrativa. Num segundo momento, podemos pedir a recondução da diretoria destituída aos seus antigos cargos na autarquia, já que tínhamos um mandato a cumprir, que não foi respeitado”, disseram. Léo Moraes parece que arrumou uma encrenca para chamar de sua! Essa história está parecendo a música ‘Cotidiano 2’, do mestre Vinicius de Moraes!
Ouça!
Desembarcou
Já que estamos falando sobre Prefeitura de Porto Velho, a ex-juíza Euma Tourinho, que comanda a Superintendência Municipal de Gestão dos Gastos Públicos (SGP), na gestão Léo Moraes, desembarcou do MDB. Pelo partido ela ganhou visibilidade ao disputar a última eleição para prefeito e alcançar a marca de 25 mil votos e se firmar como uma promessa política da capital. Qual o partido que Euma vai ingressar de olho no pleito eleitoral de 2026, buscando uma vaga de deputada (federal ou estadual) é algo, pelo menos aparentemente, indefinido. Mas, a certeza é que não vão faltar agremiações de braços abertos para acolher a ex-juíza.
Vivo
E o MDB está tentando mostrar que apesar de algumas baixas nos quadros da legenda, não está abalado. Tanto que no próximo dia 30 de maio, a partir das 18h, na sede do Sindsef, na rua Matrinchã, 1037, no bairro Lagoa, na capital, estará lançando o ‘Movimento Caminhada Esperança’. O objetivo é criar um espaço para se discutir democracia e políticas públicas. Debates super necessários ainda mais em tempos de extrema-direita atuando para desestabilizar a democracia e demais instituições!
Confiante
Essa semana que esteve no Programa Conexão Rondoniaovivo, conversando com o jornalista Ivan Frazão, foi o vice-governador Sérgio Gonçalves. Ele falou sobre assuntos espinhosos como a falência da rede de supermercados ‘Gonçalves’, que pertencia à família dele; a saída do irmão, Junior Gonçalves, da Casa Civil. Também disse que a relação com o governador Marcos Rocha continua muito bem, obrigado! Além, de confirmar que continua candidato em 2026 ao Governo de Rondônia e exaltou os bons números da economia rondoniense.
Assista aqui!
Fica
Quem estará ando por Porto Velho é o deputado Federal Glauber Braga(PSOL). Ele fica o sábado(24), na capital, onde fará um evento, às 16h, nas escadarias da Unir, no centro. A vinda é parte da ‘Caravana Nacional Glauber Fica’, que tem como objetivo denunciar o movimento no Congresso Nacional para a cassação do parlamentar.
Arraial da Prefeitura
Para fechar a coluna e relaxar depois de uma semana corrida, começou ontem(sexta-feira – 23) e vai até o amanhã(domingo -25), o Arraial da Prefeitura de Porto Velho, ou Prefs como queiram. O evento está acontecendo no Parque da Cidade, e com várias atrações e gastronomias típicas do mês de junho. Compareça e divirta-se!