O populismo político barato de representantes públicos que não apresentam nada de prático à sociedade e que apenas se importam em “lacrar” nas redes sociais, em cima da exposição de servidores que atuam no sistema público de saúde vem sendo capaz de criar “pequenos monstros” dentro da política, que apenas visam votos e pulam de galho em galho à cada eleição.
Em Porto Velho (RO), um exemplo crasso desse modus operandis foi dado neste último final de semana pelo vereador Fernando Silva, que mesmo ciente que a capital do Estado vem ando por um surto gripal que vem sobrecarregando as equipes médicas, decidiu “fiscalizar” uma unidade de saúde de maneira irresponsável, incitando a população contra os servidores.
O caso aconteceu na policlínica Ana Adelaide, que atende por 24 horas os cidadãos que buscam por socorro médico. No local, o vereador agiu de maneira insensata, com o dedo em riste na cara dos servidores, gritando e tumultuando o ambiente, causando ainda mais demora no atendimento dos cidadãos que estavam no local precisando serem atendidos pelos médicos.
Vale destacar que no momento em que o vereador chegou ao local, haviam quatro médicos plantonistas, conforme o estipulado por Lei, mesmo assim, ele decidiu agir de maneira açodada e foi acusado de colocar os médicos em risco ao incitar à população contra eles.
Fernando Silva já declarou em rodas de aliados que é pré-candidato à deputado estadual em 2026. Endinheirado, é policial militar, mas fez a vida envolvido com jogos on-line e bets, empreendimentos que atualmente estão sob a mira do Congresso Nacional.
Mirando o parlamento estadual, Fernando Silva não participou de importantes votações na Câmara de Vereadores, entre elas, projetos de Lei relacionados à saúde, como por exemplo, a PL que criou um canal de transparência nas filas de procedimentos de saúde na capital.
O vereador também não participou da votação que criou a Guarda Municipal Armada, assim como não votou na Moção de Repúdio protocolada pela Câmara de Vereadores contra a privatização da BR-364.
Porém, mesmo ficando de fora de importantes decisões do destino dos porto-velhenses, o vereador não foi interpelado de maneira agressiva, tal qual fez dentro da policlínica Ana Adelaide.
Deixando um retrato translúcido do seu perfil como representante público municipal, Fernando Silva prossegue se apoiando no discurso raso e populismo barato, postura que se tornou uma epidemia na política brasileira.