Na Rua Padre Chiquinho, no bairro São João Bosco, zona central de Porto Velho, uma árvore foi derrubada no início de maio após autorização da antiga gestão municipal, que atendeu a um pedido do Condomínio Porto Belo para realizar o corte de árvores localizadas em área pública, na calçada externa ao empreendimento. O que seria apenas o início de uma derrubada em série foi interrompido graças à ação de moradores, liderada pela professora Luciana, que no dia 7 de maio colocou seu carro sob uma das árvores, impedindo o corte, e mobilizou a comunidade local.
Com o apoio popular, a situação foi denunciada ao Ministério Público, ao atual prefeito e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA), resultando na suspensão imediata da autorização até nova análise técnica e istrativa. “Por muito pouco, as demais árvores não foram perdidas”, relatam os moradores.
O caso, no entanto, não é isolado. Nos últimos dias, diversas outras árvores foram cortadas em diferentes pontos da capital, sem diálogo com a população e, muitas vezes, sem justificativas claras. Diante disso, o movimento da comunidade se expandiu, transformando-se em uma luta por um projeto de lei municipal que proíba o corte de árvores saudáveis em áreas públicas exceto quando houver risco real à vida, comprovado por laudo técnico, com ampla escuta comunitária e transparência no processo.
Como forma de resistência, memória e afeto, será realizada neste sábado (17), às 15h, no local da tentativa de corte, a intervenção simbólica “Varal da Natureza”, com frases, desenhos, participação de crianças, moradores e defensores do meio ambiente. “Mais que um protesto, é um chamado por mudança”, dizem os organizadores.
“Não aceitamos mais justificativas vazias para derrubar o que nos protege. Porque toda árvore é mais do que um tronco: é vida, é sombra, é história. E a cidade precisa parar de tratar como obstáculo aquilo que ainda a mantém respirando.”