Frase do dia:

“...Agaciel queria que eu me calasse para ele continuar roubando o Senado. Vou pedir que o Conselho me investigue, não tenho nada a esconder”. – Artur Virgílio disposto a tudo contra Sarney.

01-Oxigênio para o gás

Enquanto existir um tubo de esperança irei me agarrar ao tema, por acreditar que um dia sairá o gasoduto de Porto Velho. Até lá, vamos ao gasoduto Urucu-Manaus. Custará quase o dobro do que se previa em 2006 – pulou de R$ 2,4 bilhões para R$ 4,58 bilhões – e segundo a Petrobrás o aumento tem a ver com a "tecnologia inédita" no País para transporte de tubos que incluiu o uso de aeronaves especiais do exterior, por causa das condições adversas de trabalho na Amazônia. A obra sofre atraso considerável – a entrega estava prevista para março de 2008 – e como se pode ver, a não inédita tecnologia de aumentar o custo faz parte do projeto.     

02-Flor do Maracujá I

Como sempre ocorre, o desfile de autoridades de todos os calibres e tons, rivaliza com as quadrilhas – juninas gente, juninas – e bois bumbás. Além dos ângulos de câmeras, da “nem um pouco santa guerra” pela audiência e patrocinadores, as TVs e rádios ainda precisam istrar e equacionar tempo e holofotes para políticos que, em plena temporada de caça ao voto, não deixam ar os minutos que às vezes não terão no horário eleitoral gratuito. Apresentadores em clima de festa têm que dar um nó na cabeça para tentar puxar alguma coisa a mais que o previsível óbvio. Cá pra nós, entrevistar políticos durante uma festa é um pé no saquito.

03-Flor do Maracujá II

De novo a lenga-lenga sobre os preços de comidas e bebidas. Ora, o barraqueiro paga 800 “paus”, cria uma logística de levar seu produto até a barraca para ganhar os caraminguás que cubram pelo menos o investimento. Não há como praticar o mesmo preço da bodega. Outra cantilena de todos os anos é a briga entre puristas e moderninhos sobre uso de elementos que, em tese, desvirtuariam o folclore. A palavra folclore se origina de dois termos ingleses – folk e lore – cuja tradução é povo e conhecimento ou, conhecimento popular. Puristas, por favor, ninguém vai apresentar quadrilha ao som do funk ou hip-hop. Deixem com o povo a tarefa de “como fazer” e troquem o LP. O povo entende de quadrilha. Da junina e da outra.  

04-Flor do Maracujá III

Dia de muito, véspera de nada. Sexta e sábado foram os dias das emissoras de TV e o Arraial foi transmitido, por emissoras locais e regionais, além da Record News com cobertura nacional e internacional para 172 países mas, a coordenação – que sabia antecipadamente da transmissão – não se preocupou em escalar os grupos mais fortes nesses dois dias. Já no domingão com a maioria das TVs ausentes, aconteceram as três melhores apresentações. Planejamento de mídia cabe ao produtor do espetáculo e mídia e veículos sobravam. Depois, quando a Inês jaz na tumba, resta o choro e ranger os dentes. Ou apenas a gengiva, para os banguelas.

06-Flor do Maracujá IV

Existem dois pontos sobre os quais não se podem fazer concessões ao se montar um espetáculo noturno, principalmente se e quando houver transmissão via TV: luz e som. A coordenação do Arraial flor do Maracujá pecou nos dois pontos. Na sexta, o som deu prego. Cabo religado, pronto. Com a luz é mais complicado. O piso da arena é claro, o que exige iluminação branca e não amarelada, de forma a valorizar o piso e realçar os figurinos. A partir daí entram as gelatinas de correção para se obter efeito cênico. Não é preciso ser um Ney Matogrosso para ver que o que parecia fácil, não aconteceu. Se a questão era financeira, o barato saiu caro. Se não era, ainda há tempo para corrigir. É só conversar com quem sabe e depois beber com quem paga. Entre iluminar e fazer iluminação há uma clara diferença.  

05-Fogo no arquivo

Estranho... O site rondoniaovivo.noticiaderondonia.com divulgou um incêndio no arquivo geral do TCE, que teria ocorrido na quinta feira, 25. Claro que o assunto seria abordado no dia seguinte pela istração do TCE. Esperei e, nada de comunicados, notas, ou algo do gênero. No domingo, 28, o mesmo site publicou fotografias obtidas do tal incêndio, além da localização do arquivo – Vila dos Conselheiros – e, de novo, o TCE se quedou num mutismo absoluto. O incêndio teria destruído 40% do acervo local. Como são desconhecidos que documentos faziam parte do arquivo, cabe-nos aguardar que a decantada transparência do TCE surja em nota oficial. Vixi...

07-A fila voltou a andar

O governador Ivo Cassol me disse não acreditar na conversa dos adversários mas, o certo é que entre seus opositores há muita gente que torce para que ele não seja cassado e, por duas razões. Na eventual troca, haveria uma inevitável solução de continuidade quando da mudança de secretários e ajuste da máquina. A segunda é bem mais prosaica. Se afastado, o figurino de vítima lhe caberia como uma luva e, aliado ao de bocudo, apenas confirmaria sua fama de imbatível nas urnas, perigo que nenhum adversário quer encarar. Sem as amarras da lei eleitoral, Cassol cairia na estrada, levando os ungidos sob a aba do chapéu. Ruim com ele, pior sem ele. 

08-A fila voltou a andar II

O rascunho que se apresenta para uma eventual saída do Cassol do governo é bem simples. Neodi já é nome de consenso entre os deputados para o governo e a ALE se refaria com um suplente, possivelmente o Arimar de Sá, aliado prévio do Cassol. Sena assumiria a presidência da ALE. Expedito entra de coringa para a disputa ao Senado em dobradinha com o Cassol ou disputa o governo do estado. De novo a figura do Bianco surge como a esfinge. O que fazer com ele? Com três titãs de votos – Raupp, Cassol e Expedito – na disputa por duas vagas ao Senado, pintou um quadro e, a partir de pesquisas, Raupp ou Marinha podem ser levados a disputar o governo. Cassol tornou-se o Imponderável da Silva na jogo. Éraste.

09-Algo de novo na BR 364

Como sempre ocorre –briga de marido e mulher, alguém chutou meu cachorro, a cesta básica não chegou ao assentamento ou a noiva fugiu com outro – um grupo fechou a BR 364 lá no entroncamento para Guajará Mirim. A razão é que o Luz Para Todos é só para alguns, dizem os “tranca-ruas”. Sem energia? Mais que justo: fecha-se a BR. Até a “tchurma” do Pró Rondônia fechou e todo mundo achou bom. Então, pelo bem de Rondônia encampo a luta e vou além. Dinamite-se toda a BR e transformemos o estado numa aldeia. Aí nada de luz, usinas, cassação, MPF, nada. Para morubixaba, fica o que já está e, nasce, com o apoio do Pró Rondônia a Cassolândia. Um paraíso perdido na terra, sem ligação com o mundo exterior.

10-Senado: cada dia uma nova agonia

Aguarda-se para hoje, segunda, um duro discurso de Artur Virgílio contra Sarney. Artur parte para o ataque para se defender da notícia de que teria recebido U$ 10 mil de Agaciel Maia. Na esteira do discurso, o PSOL deve anunciar que protocolou ação através de Heloisa Helena contra  Sarney. Para correligionários do presidente do Senado, a sua situação ainda é pior que a do Renan no escândalo em que teve que renunciar da presidência para manter o mandato. Cã para nós, depois de tanta lambança patrocinada pelo Renan, muitos políticos do seu próprio partido, PMDB,  avaliam que foi um erro mantê-lo como senador. Está mais fácil bater no Sarney que empurrar bêbado escada abaixo.