A expansão urbana de Porto Velho (RO) ao longo das últimas décadas trouxe uma realidade até então só vivenciada pelas grandes metrópoles: a decadência da região central e o seu consequente abandono.
Cada vez mais esvaziadas, as ruas do Centro de Porto Velho vão sendo tomadas por grupos de usuários de drogas, que se aninham em prédios comerciais abandonados, dando contorno de terra de ninguém durante o período noturno.
Comerciantes que ainda resistem em meio a esse cenário de abandono estão reivindicando uma ação efetiva das autoridades públicas, uma vez que os furtos vêm aumentando na região e a ousadia dos ladrões aumenta a cada dia conforme nada é feito para solucionar essa questão.
Um exemplo é a antiga sede da Delegacia da Mulher, um prédio público, instalado no Centro da cidade, ao lado de uma área militar pertencente a Capitania dos Portos, onde moradores registraram os estragos causados pelos usuários de droga que buscam de tudo nos prédios desocupados, como fios elétricos, materiais de construção, pias, janelas, portas, entre outros.
No caso do antigo prédio da Delegacia da Mulher, o furto aconteceu na madrugada desta segunda (2) e os bandidos levaram até o portão. Ainda de acordo com moradores, os marginais utilizam esses prédios vazios como ponto de apoio para invadirem lojas e escritórios.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf) é o órgão responsável pela política de acolhimento da população em situação de rua, mas, os comerciantes do centro da cidade alegam que não vê um trabalho efetivo no sentido de retirar esses moradores da região.
O presidente da Associação dos ferroviários, George Telles, disse que esse “é um problema social que as autoridades acham que a população tem que ficar submissa e aceitar pacificamente, enquanto existem secretarias que a função é a ressocialização e ainda tem verbas para isso”, declarou. Telles também ressaltou que, “o centro da cidade após as 14 horas se tornou um perigo para quem transita, de tantos usuários de drogas pedindo dinheiro”. Ele cobra patrulhamento no centro e acolhimento social aos moradores de rua.
Enquanto a comunidade aguarda um posicionamento das autoridades públicas, os furtos roubos e assaltos no centro continuam.