“Se a coisa continuar assim, nós vamos acabar recebendo vale-transporte”. – Do senador Epitácio Cafeteira sobre o fim da cota de agens para a parentela. Hilário.

Há poucos dias o presidente Lula saiu-se com uma frase que revela a faceta – velha conhecida – de creditar à imprensa os tormentos da vida política nacional: De vez em quando inventam uma briga entre Congresso e Executivo, Legislativo e Judiciário. Ninguém aqui é freira e santa e, não estamos em um convento”. Nas entrelinhas todos sabem o que disse Lula. Na linguagem do povo, o antônimo de convento é lupanar, ZBM, onde não existem freiras e santas. Ficou por isso mesmo. É o estilo Lula. Mas aí dois senhores togados resolveram explicitar o pensamento lulístico e partiram para uma discussão vetada a frades e santos e que não ocorrem em mosteiros e conventos.

02- Para não deixa qualquer sombra de dúvida

No caso da altercação entre os dois circunspectos ministros do STF, a imprensa não teve qualquer participação antes, durante ou depois. A briga é intestina e o que vimos é apenas a ponta de iceberg. Nenhuma rede de TV ou rádio teve qualquer privilégio para transmitir, salvo a TV Justiça, sob a responsabilidade do Judiciário. E, como se trata de uma guerra particular, raros foram os comentários da imprensa sobre as causas, haja vista que o fato foi, por si só, mais que esclarecedor. Em se tratando de personagens do Poder Judiciário, não eleitos pelo povo, servidores de uma casta especial, o máximo que a imprensa consegue fazer é divulgar o fato sem entrar no mérito. Afinal, seguro morreu de velho e cavalo não desce escada. Mas que foi feio, ah! isso foi sim. Baixaria.

03-Já no caso do Congresso não há dúvidas

Cabe à imprensa a série de denúncias que desnudaram o Congresso Nacional desde os primeiros dias da gestão Sarney e colocaram a credibilidade da instituição abaixo do orifício anal de ofídio. E o mais grave é que mesmo quando o Congresso age em busca da moralidade e credibilidade, a fina flor da baixa canalha – o baixo clero – se insurge e mostra a sua verdadeira cara lutando de forma abjeta para manter privilégios como uso de agens para a parentela e vociferando contra a imprensa – que até aumenta mas, não inventa – ou até contra o Ministério Público com palavreado chulo, de baixo calão – caso do verborrágico Ciro Gomes – revelando uma faceta bastante conhecida dos seus supostos conterrâneos, já que é nordestino de Pindamonhagaba, São Paulo.

04-Mototaxistas

Não se pode negar que aos líderes da Cooperativa de Mototaxistas falte coragem para a luta. Até pelo contrário. A classe ganhou com ações pontuais, além de organizadas, o apoio do portovelhense. O problema é que o osso é duro de roer. A Constituição prevê que cabe à União a decisão sobre transporte coletivo. Na prática, o Município de Porto Velho está de mãos atadas. Ocorre que em alguns outros municípios brasileiros, a tão sonhada regulamentação já ocorreu por conta do jeitinho brasileiro. Projeto do senador Expedito Jr. caminha até de forma rápida no Senado, já estando na fase de audiências públicas na CCJ. Enquanto aguardam o desfecho, aos mototaxistas só resta continuar oferecendo o serviço, ainda que ilegal, e fazer barulho. Então “vamo batê lata moçada”.

05-Segurança pública – um novo discurso

Ainda é cedo para soltar foguetes, mas gostei da primeira entrevista do novo secretário adjunto da Sesdec, o delegado Hazael. Por questão de competência e habilitação para o cargo, o adjunto será na prática, como era seu antecessor, – Cezar Pizzano – gestor da secretaria. Hazael com mais de 20 anos na função de delegado tem agens pelo interior e capital, foi titular do Denarc e era o Corregedor da Polícia Civil. Além, ou até por seu currículo, o novo adjunto começou falando sobre algo que soou como música: “políticas públicas de segurança”. Resta saber se a “máquina de moer gente” que é o serviço público, dará espaço, para que ponha em prática suas idéias. Boa sorte Hazael.

06-Lula e a mais completa tradução do STF

A fogueira das vaidades arde no STF. É comum que uma das excelências se refira ao voto das outras com adjetivos como magistral, fecundo, douto e outros, protocolares na essência, posto que apenas voto e, como tal, sujeito a interpretação diversa. A pratica é o combustível da fogueira. Ninguém de fora se manifesta sobre o assunto mas, Lula não é ninguém. Lula é o cara. E meteu o bedelho: “...Quando nós temos determinadas funções, é importante que a gente diga tudo o que quiser nos autos do processo e que não se fique dizendo pela imprensa". Precavido entretanto com a repercussão do pito público, relativizou: “Mas isso é um pensamento de um leigo. Não é um pensamento de um magistrado”. E para variar usou uma metáfora futebolística para o “arranca rabo”.

07-Assim falou Zé Dirceu

Do artigo do ex-ministro Zé Dirceu, pincei algumas frases: “Com a divulgação do uso indevido de agens aéreas pelos senadores e deputados volta ao debate a reforma política, que se faz necessária, assim como a revisão pelo Congresso Nacional de seu funcionamento e estrutura, marcados pelo inchaço, empreguismo, nepotismo e fisiologismo. ...nada pode justificar os desvios de finalidade e o mau uso de estruturas e recursos, que precisam ser coibidos e punidos... o parlamento precisa aprovar uma reforma istrativa e orçamentária, colocando fim as emendas parlamentares; ao orçamento autorizativo; as nomeações de não concursados para cargos de confiança; reforçando os mecanismos de controle e fiscalização dos recursos públicos e das licitações; e eliminando de vez não só o abuso de poder econômico mas principalmente o uso do orçamento público para fins eleitorais.” Falou na língua que eu entendo.

08-Dinheiro jogado fora

De forma vexatória a I dos Grampos chega ao fim. Não se sabe ao certo quanto custou mas, ainda que nada tivesse custado, foi cara. Ao final, a montanha pariu quatro ratinhos: Idalberto Martins de Araújo, sargento da FAB, a delegada Eneida Orbage de Brito Taguary, Eloy de Ferreira Lacerda, detetive particular e o investigado Augusto Pena. Daniel Dantas, Protógenes e o delegado Lacerda ficaram de fora. O arremedo de relatório foi aviado às pressas, nas coxas, já que o deputado Nelson Pellegrino tem uma tarefa mais importante, que é a de assumir a Secretaria de Segurança lá na Bahia. E depois as nobres excelências – sempre pautados pela imprensa – ainda se queixam.

09-Por falar em I...

É louvável a cruzada do senador Magno Malta contra a pedofilia mas, a coisa parece ter saído dos eixos. A I de sete senadores virou um trio, e já consumiu a bagatela de R$ 200 mil em agens e diárias desde sua instalação. Constrangidos, senadores e servidores falam sobre os critérios adotados para viagens, até ao exterior, e reclamam da falta de relatórios sobre as viagens e da necessidade de assessores nelas. Um dos participantes da I, Demóstenes Torres, já itiu a colegas o desejo de abandonar os trabalhos. O triunvirato foi responsável por 80% das despesas da I até agora. Juntos, usaram R$ 96 mil com agens aéreas e R$ 102 mil com diárias. O senador Malta usou R$ 34 mil, em agens e R$ 33 mil em diárias para visitar Argentina, Suíça, Índia, EUA e capitais brasileiras. A luta é meritória mas o custo é absurdo.

10-Assumindo o mico e ando recibo em dólar

Ctrl C + Ctrl V da coluna : Em recente viagem aos EUA, um grupo de prefeitos brasileiros foi recebido por representantes do Partido Democrata. No meio da conversa, um dos visitantes perguntou a um deputado qual era a estrutura de seu gabinete. –“Tenho seis funcionários, respondeu o americano. Para comparar, o prefeito virou-se para o deputado estadual do Rio de Janeiro Pedro Fernandes, que acompanhava o grupo, e indagou: “E você, quantas pessoas tem no gabinete”? Fernandes coçou a cabeça e informou, algo encabulado: “Umas sessenta... E, como sou líder da bancada, tenho direito a mais seis na liderança...”  Cá para nós e que ninguém nos ouça, se a sugestão aventada pelo Senador Cristóvão Buarque fosse colocada em prática, babau.