Água de 21% dos rios do Brasil têm má qualidade, diz ANA 3l4y9
Foto: Divulgação
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O Brasil concentra 12% da água potável do mundo. Ainda assim, moradores de regiões metropolitanas convivem com água de má qualidade e rios que mal dão conta de suprir suas necessidades. Poluição e mau uso dos recursos hídricos já transformaram, para pior, as águas de 21% dos rios do Brasil.
Os dados são do primeiro relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, lançado nesta 5ª feira (26) pela Agência Nacional e Águas (ANA), analisando a situação de todas as bacias hidrográficas brasileiras. De um modo geral, a qualidade das águas no País é boa: 9% foi considerada ótima e 70%, boa - com a ressalva que boa parte dos rios do Centro-oeste, Norte e sertão do Nordeste não foram avaliados.
Ainda assim, 7% das águas foram consideradas péssimas ou ruins e 14% apenas regular. Esses rios concentram-se justamente nas áreas mais povoadas do País, caso da bacia do Alto Tietê e dos rios Gravataí e Sinos, que atendem a região metropolitana de Porto Alegre (RS). "São situações reversíveis, mas o caso é que, apesar de haver algum tratamento do esgoto despejado nessas águas, não é uma prática universal. Seria necessário muito mais investimento", afirma João Gilberto Conejo, Superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA.
SANEAMENTO BÁSICO
Atualmente, apenas 47% da população tem seu esgoto coletado. Desses, 53% é jogado nos rios sem qualquer tratamento, contribuindo para a poluição. As zonas metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Vitória são as que estão hoje em situação mais preocupante. "No Estado de São Paulo a situação é bem razoável, mas a situação do Tietê, por exemplo, quase não tem dinheiro que consiga resolver hoje em dia", diz Conejo. "É o preço altíssimo que a população de São Paulo paga".
Outra medida de qualidade das águas do País é o índice de crescimento de águas e outras plantas aquáticas. Em casos de águas com muita poluição causada por esgoto não tratado, aumenta o número de nutrientes que causam crescimento excessivo dessas plantas. Nesse caso, quase 30% das águas estão comprometidas, sendo 7% tão comprometidas a ponto de haver mortandade de peixes No caso de açudes, reservatórios e lagoas, 45% dos pontos avaliados estão no nível mais alto de comprometimento.
O relatório revela, ainda, que, apesar da imensa quantidade de água potável disponível no País, a distribuição é irregular e o excesso de uso de algumas bacias é preocupante. Mais de 70% da água brasileira está na região amazônica. É aí que está a melhor situação do País, com todos os rios podendo atender sem problemas a demanda por água da população local.
As três bacias que atendem a região Nordeste e Minas Gerais são hoje as que estão em situação mais preocupante. A chamada de Atlântico Nordeste Oriental, que atende os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte e partes de Alagoas, Pernambuco e Ceará é a pior situação, com 91% dela em situação crítica, muito crítica ou preocupante. "É um problema de gestão. Não significa que não tem água, mas é necessário mais controle, mais fiscalização para que o uso inadequado não leve a uma deterioração total ou até à seca", afirma Conejo.
A bacia do São Francisco é outro caso que requer cuidado, já que 44% está em situação difícil. O Superintendente explica que o rio São Francisco tem muita água, mas as recebe basicamente nas cabeceiras,
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